AQNO RETOMA PROJETO COM LANÇAMENTO DO VIDEOCLIPE DE “TÔ EM OUTRA”

R&B explora capacidades vocais do artista e explora em videoclipe a metamorfose de um ser quando se mergulha nos sentimentos

Fruto do intercâmbio e das vivências de Marabá, sudeste do Pará, ao Maranhão e a capital paraense, o cantor e compositor AQNO dá início à despedida do projeto “O Retorno de Saturno”– seu primeiro álbum lançado em 2021 – com o lançamento do clipe de “Tô Em Outra”, tem direção de Sunday James e é o primeiro de diversos outros que virão nesse processo de encerramento do disco para o início de uma nova fase do artista. Clique aqui para conferir

“Costumo dizer que “Tô em outra” é minha música de cantora”, declara AQNO ao explicar o motivo de escolha da faixa para a retomada do projeto. Com produção musical de Sandoval Filho, referências a Sade e Liniker ficam evidentes com o R&B sensual que explora suas capacidades vocais – com agudos e falsetes que destacam suas nuances e possibilidades dentro deste universo artístico.

Com a narrativa sobre o fluxo dos afetos rasos e atrasados, “Tô Em Outra” fala sobre transição, mudança, transformação e metamorfose. Sobre reconhecer qual o lugar, afeto, corpo, “roupa”, “cousa” lhe cabem e não tentar se encaixar no que não lhe cabe mais. Sendo assim, no videoclipe AQNO traz uma mensagem sobre a negação do afeto e do desejo, tomando a forma de uma criatura extraterrestre que vem à Terra descobrir o “amor” terráqueo que é um privilégio concedido a poucos corpos. No que se refere ao seu próprio corpo positivo, diferente, estranho e que diversas vezes teve afeto negado. Um diálogo entre ele e todes que se sentem nesse mesmo lugar.

Sobre a retomada e também início da despedida da carreira do álbum “O Retorno de Saturno”, o artista reflete: “ORDS foi um disco que me abriu muitos caminhos, não só no Pará, mas nacionalmente. A partir desse álbum pude me apresentar no Psica Festival, um dos maiores do norte do país, em um line-up que contou com nomes como Marina Sena, Karol Conká, Chico César e Elza Soares, em seu último show”. A partir dessa virada em sua carreira e a entrada em grandes eventos musicais, passou a integrar line-ups locais ao nome de gigantes da música do norte e também se apresentou, em 2023, na celebração dos 469 anos de São Paulo.

Nome em ascensão da cena pop nortista no cenário nacional, AQNO faz parte de um seleto grupo que dá continuidade à efervescência da música paraense, amazônica e do Norte do Brasil. “Está na hora de abrir os olhos e os ouvidos se voltarem para a arte que vem sendo feita no Norte novamente, não como um nicho apenas regional, mas como uma potente expressão da música brasileira feita pelo povo daqui”, reforça ele. “Existe uma nova geração de artistas nortistas que estão a fim de retomar esse lugar e mostrar que o que é nosso é feito muito melhor pela gente e compete em qualidade e excelência com qualquer outro trabalho no cenário nacional”, diz.

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Sobre o artista

De Marabá-PA, Diego Aquino, o AQNO, atualmente vive em Belém do Pará – PA. Sua relação com a música começou desde cedo, mas está na cena local desde 2013, quando passou a participar de festivais paraenses de música autoral. Tem como principais referências Elis Regina, Clara Nunes, Maria Bethânia, Ângela Ro Ro, Ney Matogrosso e intérpretes clássicos da MPB que levam carga dramática em suas canções. Reforça também a importância do movimento tropicalista com Caetano, Gil e os Novos Baianos, e bandas de música pop paraense – brega, Calypso e tecnobrega – Companhia do Calypso, Fruto Sensual e artistas internacionais como Queen e Michael Jackson para sua trajetória.

Gay, PVHIV (pessoa vivendo com hiv) há 8 anos e representante de uma cultura local mesmo nascido em uma região conhecida como o “Texas paraense”, onde a homofobia e o machismo impera, AQNO está em forte ascensão na carreira.