BEL MEDULA ESTREIA O VIDEOCLIPE DE “O SAMPLER É UMA MÁQUINA DE INVENTAR TRADIÇÕES”

Quem assina a direção do vídeo é Bel Medula em parceria com LucZan e Douglas Jung

Depois de lançar o quarto álbum em Junho, Abala Ladaia, o projeto de experimentação e música pop eletrônica, Bel Medula, lança o clipe de O Sampler É Uma Máquina de Inventar Tradições. A obra é o quarto vídeo lançado do disco que antes divulgou os clipes de A Pedra e a Vidraça, Te Dizer e Abala Ladaia. Assista aqui.

Com direção assinada pelo preparador  corporal, Douglas Jung, e pela dupla Bel e LucZan, a ideia do videoclipe teve origem no sampleamento de imagens, ressoando com o que a música fala desde o título. Primeiro, o duo fez uma performance em frente à projeções. A partir disto, nasceram as imagens sampleadas para o clipe, que foram trabalhadas com sobreposição de camadas e saturação de cor, gerando cenas que não existiam originalmente. “Acredito que este vídeo é um aprofundamento na estética visual que estamos explorando desde 2019. Uma mistura de experimentação com observação da realidade, trazendo cada vez mais uma perspectiva de multi linguagem artística para o trabalho”, diz Bel.

(Foto por Pedro Spieker)

Décima primeira música do disco Abala Ladaia, O Sampler é Uma Máquina de Inventar Tradições tem referências melódicas da passagem dos anos 90 para os 2000 do electro-pop. “O processo de sampleamento inventou tradições a partir da sua prática. A letra faz referência a um bombardeio de ideias que acontecem todos os dias na nossa cabeça, como samples de conceitos, às vezes rápidos, outras profundos, desde ideias sobre o funcionamento do universo até posts rápidos. Sons sampleados, ideias amalgamadas, resultando na conclusão de que o sampler é uma máquina de inventar tradições”, comenta Bel.

“Quando vou trabalhar num videoclipe, penso em estabelecer uma relação de duplo reforço entre música e imagem: a imagem deve ajudar a ouvir a música e a música ajudar a ver a imagem. Essa relação não é de ilustração, ela se dá não por imagens literais mas por ritmo, cor, textura, movimento. Quando a música muda de assunto, a imagem também muda de assunto. Isso pode significar uma mudança de corte, enquadramento, processamento, etc, acompanhando uma mudança de batida, compasso, andamento, etc. Trato a imagem com a mesma amplitude de possibilidades com que trato o som, não me limitando à narrativa fotorrealista e roteirização linear. A gente vem de um período intenso de trabalhar com imagens. Foram as projeções do show Abala Ladaia, os clipes do disco, a temporada de shows no cinema e os trabalhos com os projetos Desandance e Betamaxers, que também tenho com a Isabel. Isso trouxe ainda mais coesão e aprofundamento da linguagem visual do trabalho e se reflete neste videoclipe, que é o resultado mais atual desse processo”, explica LucZan.

Apresentações pelo país

Nos próximos dias, Bel Medula segue em uma agenda de shows que se divide entre o Rio Grande do Sul e São Paulo. Dia 19, tem apresentação do disco Abala Ladaia no Trilha Hub Cultural, em Sapucaia do Sul (RS), o mesmo show acontece também na capital paulista, no Porta, dia 26 em São Paulo (SP), e no Casa Rosada, dia 09 de Dezembro, em Novo Hamburgo (RS).

Durante pouco mais de uma hora, a dupla apresenta as doze canções presentes em Abala Ladaia, além de faixas dos trabalhos anteriores, em uma performance que transcende a musicalidade, resultado de um intenso trabalho de interpretação corpórea que vem sendo executado com o auxílio de Douglas Jung. Apoiados em imagens, projeções e iluminação cênica, os dois músicos atuando no palco criam um ambiente sensorial que faz do show um processo imersivo de expansão da percepção. “Percebo que o trabalho com Doug tem levado o projeto para um outro estágio, no qual a linguagem multi artística ganha densidade e aprofundamento. A troca com Doug tem sido constante, como um colega de banda que traz um olhar atento sobre figurino, corporalidade, presença, repertório, cenografia. O flow do show está bem diferente também, com muito mais interação entre Luciano e eu, trazendo pra performance a integração que já acontecia no processo criativo”, comenta a artista.

E, também em São Paulo, no dia 23, Bel e LucZan vão participar na noite do projeto Ruídomiudo, de Bernardo Pacheco, que acontece todas as quarta-feiras no Miúda Bar. Já na noite do Porta, em São Paulo, Bel Medula vai dividir o palco com o Projeto Sonar Atmosfera, de João Meirelles e Thomas Simon.

Abala Ladaia

O duo apresenta em Abala Ladaia um conceito de imersão em sonoridades que conversam com os desafios da vida cotidiana. “Ao mesmo tempo, é sobre a necessidade de abalar, cortar de vez as ladaias, conversinhas, tretas, trairagens, vacilos e coisas inúteis e superficiais”, comenta Bel.

Abala Ladaia, que tem mixagem por João Meirelles (BaianaSystem, Jadsa) e a masterização por Florencia Saravia-Akamine, apresenta um trabalho fortemente inspirado no big beat dos anos 90, “misturando tendências de sampleamento, riffs eletrônicos e letras que alternam entre tuíte e textão”, completa a artista. Ouça aqui.