Guilherme Tieppo e Zé Ferraz apresentam seu universo sonoro com perfume setentista, ritmos brasileiros e uma pitada de disco music
No dia 4 de novembro, o duo paulistano Festa Tempestade, formado por Zé Ferraz (baixo, violão, vozes, percussão) e Guilherme Tieppo (pianos/sintetizadores, violão/guitarra, vozes, percussão), apresenta para o público o seu homônimo álbum de estreia após a trilogia de singles – “Vale”, “Mexe” e “Vai Passar” – lançada no primeiro semestre deste ano. As três faixas, presentes em Festa Tempestade, deram um spoiler do universo encontrado na obra: uma atmosfera setentista que passeia pela década de 80 e mistura ritmos brasileiros com disco music, às vezes dançante e outras vezes contemplativa. Clique aqui para escutar
(Festa Tempestade por Ziza Rechtmann)
“Esse disco é um trabalho muito importante para nós. Depois de mais de 2 anos, uma pandemia e muitas madrugadas pra ficar pronto, finalmente conseguimos materializar o que sentimos que carregamos durante uma vida toda. Era algo que a gente sabia que tinha que fazer antes de morrer”, explica Zé Ferraz. “O disco transita entre a melancolia do Clube da Esquina, a discoteca dos Bee Gees, e a energia de Marcos Vale. Traz elementos sonoros e visuais dos anos 70/80 embalados em uma estética latina que gostamos muito. O resultado é som doce, cheio de percussão e com muitas harmonias vocais. Perfeito pra ouvir na estrada e em momentos de contemplação”.
“É um lançamento que resume nossos anos de influência musical tocando juntos, e é um momento especial nas nossas vidas. O disco mostra dois lados importantes nossos: um mais doce, esperançoso e melancólico, e outro mais divertido e dançante”, completa Tieppo. “Festa e Tempestade são estados que ilustram a experiência de viver. Tem momentos pra chorar e pra dançar. Existe um ritmo constante entre esses estados. As letras do disco, às vezes mais etéreas, propõem aceitar esses momentos como parte natural da vida. É sobre contemplar a alegria e a tristeza do dia a dia, entendendo que as coisas vão continuar mudando”.
FAIXA A FAIXA POR FESTA TEMPESTADE
1. Vale
“Vale” é a música ideal para abrir o disco, ela introduz o ouvinte ao universo do Festa Tempestade, tanto em questão de sonoridade como de conceito. Traz introspecção e expansão ao mesmo tempo, ilustrando a busca interna pelo entendimento da existência.
2. Mexe
“Mexe” é um mantra que tenta extrair o máximo de significado em poucas palavras. É sobre a sabedoria de saber mudar de ideia e ao mesmo tempo o cansaço que essa dinâmica exige. Sua sonoridade mistura misticismo, idade média e uma abertura de novela da Globo. Acima de tudo, é uma música feita para dançar.
3. Barato
A música mais festa do disco, “Barato” retrata a indignação com a falta de clareza e sensatez dos tempos atuais, com uma roupagem de música brasileira ao estilo Gil.
4. Ar
“Ar” é a música mais introspectiva do álbum. Trata-se de uma contemplação sincera da própria vida. Um mergulho de autoconhecimento junto a um vômito cansado. Ao ouvi-la, é possível sentir-se desacelerando e entrando em um estado meditativo.
5. Vai Passar
“Vai Passar” é bastante interpretativa e ressoa de forma diferente para cada pessoa. Fundamentalmente, é sobre aguentar firme e seguir em frente. A música é uma combinação de ritmo pulsante com partes de melodias bonitas, culminando em um final grandioso e emocionante.
6. Ai, Se Eu Pudesse
“Ai, Se Eu Pudesse” lembra o brega/chic dos anos 70/80, misturando elementos do Clube da Esquina, as cordas de Arthur Verocai e a emoção do pop Antena 1. A música coloca o ouvinte em um ambiente nostálgico e emotivo, porém com a consciência madura das coisas que já passaram.
7. Daqui Pra Frente
Uma música bastante ‘Tempestade’, “Daqui Pra Frente” é triste e esperançosa. Uma conversa consigo mesmo sobre o que já não faz mais sentido e precisa ser ressignificado, com a maturidade pra saber o que esperar do futuro.
8. Hermético
Uma música mística que ilustra o lado oculto do disco. Tem elementos de psicodelia e um mantra guiado pela percussão e pela linha de baixo.
9. Deixa Tremer
“Deixa Tremer” é talvez a música mais complexa do disco, e uma das que melhor ilustra o conceito do Festa Tempestade. Ela é sobre aceitação e transformações que a vida apresenta, com um conselho sincero para os momentos difíceis: “Deixa Tremer”.
10. Céu
“Céu” é a última música do disco, tem apenas pouco mais de um minuto. Trata-se de um respiro final, uma observação contemplativa com um sentimento de finalização de ciclo, para que novos começos possam vir.