REBECA LANÇA O ÁLBUM “ESPIRAL” COM PARTICIPAÇÕES ESPECIAIS DE LIO DA TUYO E NINA FERNANDES

Com a produção musical liderada pela artista em colaboração com o nomeado ao Grammy Latino, Rodrigo Martins, o disco chega hoje 05 de abril pela gravadora Deck às plataformas digitais

Por meio de um mergulho criativo de escrita diária, a niteroiense Rebeca começou a escrever, ainda na pandemia, as canções que integram agora Espiral, o seu segundo álbum solo, lançado hoje (05) pela Deck. “Antes eu tinha uma abordagem mais tímida, criava com base nas letras de outros compositores. Decidi então descobrir a minha identidade musical, sem me ‘esconder’ atrás de outras composições”, divide a cantora, que contou com a parceria da artista Manny Moura durante essa escrita. Gravado entre 2020 e 2024 em Niterói, Rio de Janeiro, São Paulo, Boston e Los Angeles, o disco tem produção musical assinada por Rebeca e Rodrigo Martins, indicado ao Grammy Latino por seu trabalho com o cantor Rubel. Ouça aqui

“O conceito das músicas evoluiu muito durante a produção, refletindo minha busca para entender quem sou e explorando meus relacionamentos, não apenas amorosos. Abordei minhas reações diante de frustrações, reconhecendo-as e recalculando a rota. Falo sobre medo, desejo, vulnerabilidade, desistência e o espaço para o novo. É uma fase de transição entre os meus 24 e 28 anos, vivendo em três cidades: Niterói, São Paulo e Rio”, compartilha a artista que tem – só no Spotify – mais de 600mil ouvintes mensais e ficou conhecida por participar do The Voice em 2015, além das performances e canções pela banda Gragoatá e feats com Rubel, Julio Secchin, entre outros.

A sonoridade das faixas traz influências de artistas ouvidas por Rebeca durante a construção do trabalho, como Joni Mitchell, Phoebe Bridgers, Lana Del Rey, Bjork, Clairo, Adrianne Lenker (Big Thief) e Adriana Calcanhoto. De caráter confessional, as músicas trazem a voz como ponto central para expressar os sentimentos retratados nas composições. “Meus arranjos vocais são elementos fundamentais na identidade das minhas músicas. A voz, para mim, é mais do que a melodia principal, é meu instrumento principal de expressão por meio do qual exploro noções rítmicas e harmônicas”, conta Rebeca.

A respeito da produção musical, Rodrigo Martins conta que: “foi um interessante, porque foi longo e passou por vários momentos e lugares. Tem partes de músicas que foram gravadas em alguns dos melhores estúdios do mundo (Igloo, Burbank CA, onde se faz a trilha sonora de diversos filmes de Hollywood) e outras que foram gravadas com equipamentos de  baixo custo no meu quarto e no quarto da Rebeca. Durante a produção houve várias fases de relacionamentos, desde as partes felizes até os finais frustrantes. Eu acho que tudo isso faz parte da estética e da temática do disco. A ideia foi tentar amplificar o sentimento que as canções traziam, e transmitir isso para as pessoas que estão sentindo a mesma coisa”.

Capa

O conceito da capa surgiu a partir do clipe da faixa “Cada Amor”, e busca transmitir a essência do disco, que trata de sentimentos envoltos em melancolia. “Pensei no azul escuro do céu para retratar esse sentimento. Por se tratar de um registro a respeito de transições, quis abordar o fim da noite, um ambiente escuro, caminhando para um ambiente com mais claridade. A flor queimando representa as dores sentidas no caminho, que de alguma forma, ao queimarem, iluminaram o meu caminho até aqui”, comenta Rebeca.

Faixa a faixa

O álbum tem início com Foge de Casa (videoclipe aqui), escrita em 2020. “Compus essa canção quando estava com febre na minha cama durante o lockdown. Ela tem uma narrativa que reflete a vontade de viver outra realidade, mas o refrão vem como um balde de água fria jogado nas soluções fantasiosas que foram criadas. Na letra, tento levar uma pessoa comigo, então essa faixa é o início da frustração das relações que serão impossíveis de continuar”, divide.

Com Cada Amor (videoclipe aqui)se revela o segundo ato da história iniciada na música anterior. “Essa fala do desconforto de se relacionar de forma nebulosa, com falta de clareza nas intenções, nas palavras e nas ações, tornando difícil encontrar um lugar seguro para viver os seus sentimentos”, conta a artista.

O enredo continua com Cofre (videoclipe aqui), que retrata a tentativa de seguir em frente após o fim de uma relação. “Existe toda uma melancolia atrelada ao término recente, mas também uma energia pulsante de movimento. É como se você estivesse dançando, mas com tristeza. Ela tem uma vibe oitentista e ao mesmo tempo indie rock.” 

A próxima faixa, Concha, tem participação da cantora Lio (Tuyo) e aborda o conflito gerado ao tentar se isolar junto com alguém para escapar de um mundo barulhento, mas acabar vivendo uma vida anestesiante – e, na inflexibilidade, não conseguir encontrar o caminho do meio. “Sonoramente, eu me inspirei em dois discos da Bjork que ouvi muito, o ‘Vespertine’ e o ‘Vulnicura’. Essa é a única faixa que passeia por um universo mais eletrônico. O arranjo de vozes foi importante para ilustrar um aspecto particular e introspectivo que progressivamente vai se tornando mais barulhento. Convidei a Lio para participar e ela transmitiu uma vulnerabilidade tremenda na interpretação. Penso nela como uma das maiores cantoras que existem.” 

O disco segue com Diamante, que trata sobre a tentativa frustrada de ser valioso para alguém e conquistar reconhecimento, desenvolvendo a sua noção de identidade a partir do olhar do outro. “Existe algo de dramático e clássico na letra da música. Por isso, durante a produção, optamos por ‘exagerar’ numa sonoridade vintage, com piano e sons de mellotron, tons e timbres que remetem a algo antigo, e com uma pequena dose de esquisitice também.”

Na sequência, Caixas (lyric video aqui) transmite a necessidade de organizar as emoções. “Às vezes carregamos coisas ao longo dos anos e não as questionamos. De tempos em tempos é importante revisitar esses sentimentos e ver o que vale a pena guardar e o que vale a pena deixar ir embora. É sobre estabelecer os limites e seguir em frente.”

Mapa, canção escrita ao longo de três anos, de 2019 a 2022, a artista canta sobre não precisar procurar pistas e provas para validar uma conexão com alguém. “Entre as referências musicais está o disco ‘Carrie & Lowell’, de Sufjan Stevens; ‘Chemtrails Over The Country Club’, da Lana Del Rey; e ‘Magdalene’, da FKA Twigs.” 

Em Visita, penúltima música do álbum, Rebeca assina a produção musical ao lado de Felipe Vassão e Pedro Serapicos. “Essa música fala sobre a hesitação em se aproximar de alguém pelo medo de se mostrar vulnerável. Eu adoro o violão tortinho que o Vassão gravou, me lembra um pouco a versão da Cat Power de ‘Sea of Love’, que tem uma sonoridade desafinada que passa uma vulnerabilidade.” 

Flecha (lyric video aqui) conta com a participação de Nina Fernandes e fala sobre a disposição de se entregar a uma relação aceitando os riscos. “Eu comecei a escrever essa música depois de ver a performance Rest Energy da Marina Abramovic. O que me chamou mais atenção foi a confiança total entre os dois. Convidei a Nina Fernandes porque essa faixa transita num universo em comum entre nós duas. Temos referências parecidas, como Phoebe Bridgers, Boygenius, Adrianne Lenker e Caroline Polachek. Por conta dessa afinidade musical e da vontade de colaborar com uma cantora e compositora que entendesse o que eu queria passar, confiei na Nina de olhos fechados para gravar da forma que sentisse e deu super certo.”

Single do disco, Telepatia é a última canção e retrata uma nova jornada que se revela no tempo certo. “Escolhi essa como single porque ela representa o ápice do processo de construção do álbum. Foi a última a ser escrita e o último tema abordado, e reflete uma perspectiva de terreno mais seguro e fértil para caminhar na vida. Reconhece a instabilidade e imprevisibilidade dos eventos, mas confia na intuição desenvolvida ao longo do caminho. Essa visão renovada sobre a vida, centrada em relacionamentos, cria uma conexão entre todas as canções do álbum, oferecendo uma narrativa coesa e um novo começo. É como se o disco fosse o desenvolver de um inverno até chegar a primavera. Uma influência para a produção dessa música foi o primeiro disco do Bon Iver. Além disso, inserimos um ritmo de xote no beat.” 

FICHA TÉCNICA

Espiral, um disco de Rebeca, 2024

Foge de Casa 

Voz e Composição: Rebeca 

Violão: Leon Navarro 

Bateria: Rodrigo Martins 

Baixo: Rodrigo Martins 

Programações: Rodrigo Martins 

Gravado por Rebeca, Rodrigo Martins, Florian Mavridorakis e Leon Navarro

 

Cada Amor 

Voz e Composição: Rebeca 

Violão e Guitarra: Leon Navarro 

Violoncelo: Kely Cristina Pinheiro 

Programações: Rodrigo Martins e Rebeca 

Gravado por Rebeca, Rodrigo Martins, Leon Navarro, Kely Pinheiro

 

Cofre 

Voz e Composição: Rebeca 

Baixo: Pedro Chabudé 

Piano: Rodrigo Martins 

Guitarra: Gabe Krischer 

Programações: Rodrigo Martins 

Gravado por Rebeca, Rodrigo, Pedro Chabudé e Pedro Serapicos

 

Concha

Voz e Arranjo de Voz: Rebeca e Lio

Composição: Rebeca

Programação, Baixo e Piano: Rodrigo Martins 

Violoncelo: Kely Pinheiro 

Gravado por Rebeca, Rodrigo Martins, Lucas Romero  

 

Diamante 

Voz, Composição e Arranjo de Voz: Rebeca 

Piano: Rebeca 

Baixo: Pedro Chabudé 

Programações: Rodrigo Martins 

Gravado por Rebeca e Rodrigo Martins 

 

Caixas 

Voz, Composição e Arranjo de Voz: Rebeca 

Violão: Leon Navarro 

Baixo, bateria e programação: Rodrigo Martins 

Gravado por Rebeca e Rodrigo Martins 

 

Visita 

Voz, Composição e Arranjo de Voz: Rebeca 

Violão: Felipe Vassão 

Guitarra: Pedro Serapicos 

Programações: Pedro Serapicos 

Arranjo Vocal: Rebeca 

Gravado por Pedro Serapicos 

 

Mapa 

Voz, Composição e Arranjo de Voz: Rebeca 

Violão: João Barreira 

Piano: Rodrigo Martins 

Programações: Rodrigo Martins 

Gravado por Rebeca e Rodrigo Martins 

Assistente de Gravação: Matheus Ullmann 

 

Flecha 

Voz e Arranjo de Voz: Rebeca e Nina Fernandes 

Composição: Rebeca

Violão: Francesco Staccioli 

Arranjo de Cordas: Kely Pinheiro 

Gravado por Rebeca, Rodrigo Martins, Susanne Phan e Pedro Serapicos 

 

Telepatia 

Voz, Composição e Arranjo de Voz: Rebeca 

Violão: Francesco Staccioli 

Guitarra: Francesco Staccioli 

Programações: Rodrigo Martins 

Gravado por Rebeca, Rodrigo Martins e Susanne Phan

Produção Musical: Rebeca e Rodrigo Martins, exceto na faixa “Visita”, produzida por Rebeca, Pedro Serapicos e Felipe Vassão 

Mixagem: Rodrigo Martins, exceto faixa “Visita”, mixada por Pedro Serapicos 

Masterização: Fábio Roberto (Deck), exceto faixa “Visita”, masterizada por Pedro Serapicos Capa: Pedro Hansen (Deck) 

Foto: Luisa Cerino

SOBRE REBECA

Cantora, compositora e produtora musical niteroiense, Rebeca iniciou sua trajetória na música em 2014 participando do DVD Acústico do grupo de rap Oriente. Uma das faixas em que canta, “Linda Louca e Mimada”, atingiu mais de 155 milhões de streams no Youtube, alcançando sucesso nacional. A partir disso, ela integrou turnês do grupo, apresentando-se em palcos renomados ao redor do Brasil. No mesmo ano, começou a lançar canções – e mais tarde um álbum – com sua banda de MPB, Gragoatá. Em 2015, chegou às oitavas de final do programa The Voice Brasil como parte do time de Lulu Santos e Carlinhos Brown.  

Sua carreira solo teve início com o disco “Corar” (Mangolab), de 2019, com produção sua e do indicado ao Grammy Latino, Rodrigo Martins. Em seguida, foi selecionada pelo programa do Spotify Escuta As Minas, e gravou a canção autoral “Só Sei Pensar Em Você”, além de ter lançado versões acústicas de faixas do álbum, rendendo uma participação do cantor e compositor Rubel, e a inserção da canção “Fantasia” na trilha sonora do filme da Netflix “Diários de Intercâmbio”. Rebeca também é conhecida pelas faixas “Quero ir para Bahia com você” e “Jovem” (acústico), que são parcerias com Julio Secchin.

Em 2023, tornou-se artista da gravadora Deck e lançou os singles que antecederam o lançamento do seu segundo disco solo: “Foge de Casa”, “Cada Amor”, “Cofre”, “Flecha” (feat. Nina Fernandes) e “Caixas”.