A arte e a cultura eletrônica com a participação de 18 DJs, representando seis Selos e nove Coletivos, além de apresentação de sete performers e feira de arte e cultura eletrônica com mais de 10 expositores
Na área central de Brasília, o Festival Beco Elétrico chega à uma nova edição neste sábado, dia 9 de julho, com a premissa – em consonância com a sua concepção – de promover uma imersão no universo pujante e de narrativa plural das vertentes underground, alternativa e contemporânea da música eletrônica e sua cultura.
Serão 12 horas dedicadas à apreciação de obras potentes que exploram a transdisciplinaridade entre as artes cênicas, visuais e sonora. Das mentes extremamente inquietas de cada artista criteriosamente convidade para esta edição do Festival, o público pode esperar sets dinâmicos, difusos e emocionalmente envolventes de texturas etéreas e acordes esculpidos.
Nas batidas aceleradas de timbres sintéticos criados pelos DJs que se apresentarão no Beco Elétrico e que dominam tecnologias sonoras, estão as essências e vertentes da música eletrônica como House, Electro, Techno, IDM, Downtempo, Eletrobrega, Breakbeat, Drum’n Bass, além de Baile Funk, Ragga, Disco e Hip Hop.
A imersão do público neste universo e sua integração com músicos locais e nacionais acontece a partir das 22h na Quadra 02 do Setor Comercial Sul. Evento com dois palcos, sendo as pick-ups desligadas somente às 10h da manhã do dia seguinte, 10 de julho, domingo.
Com cenografia inovadora, proporcionando acesso a instalações artísticas sob a direção Larissa Gomes, Luan Autuori e Nathalia Azoubel, projeção mapeada, concebida pela VJ Grazzi, iluminação especializada e sonorização de alta qualidade, o Festival convida o público a interagir e fazer parte de uma obra ao mesmo tempo que sonora, também visual.
Artistas performers, Kedineo, Aeva, Ruby, Gudacei, as duplas Briu e Tassi Justinne e Duda Lucena, além da Cia Mutum, se apresentarão, com intervenções surpresa, ao longo de toda a noite e pela manhã. Também estará montada, no mesmo local da festa, uma Feira de Arte e Cultura Eletrônica. Nela, mais de 10 expositores – de diversas áreas – apresentarão um diálogo entre cultura urbana e clubber.
Para a curadoria, o critério de seleção das atrações artísticas levou em consideração aquelas e aqueles que são referência em eventos de rua, além de representarem as comunidades LGBTQIAP+ e periféricas ao redor do Brasil. E destaca a presença do DJ Bassan e da dupla de DJs cariocas Duelinho. Ambos misturam baile funk com sons eletrônicos, “um cruzamento musical que raramente é ressaltado em festas e festivais de música eletrônica”, ressalta a curadoria. É a primeira vez que se apresentarão em no DF.
O Beco Elétrico é um movimento cultural de música eletrônica que ocupa os espaços do Setor Comercial Sul para fortalecer a cena musical do Distrito Federal e promover eventos gratuitos para a população. A história começou em 2018, com a primeira edição, ao ocupar o Beco da Cal todos os sábados de junho, de forma gratuita. Em 2019, a segunda edição aconteceu no mesmo formato e trouxe milhares de pessoas para ocupar o SCS e consolidou o Beco Elétrico na cena underground do DF. Por conta da pandemia, em 2020, o festival ocorreu em formato virtual e foram arrecadados mais de R$ 13.000,00 para apoiar as ações do No Setor, voltadas às comunidades que vivem no SCS. A edição 2022 do Festival Beco Elétrico será realizado com recursos do FAC – Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal.
O line-up de DJs
Cofundadora do Selo e Coletivo Bruta, a brasiliense Alix cria, em suas composições,
narrativas que atravessam diversos gêneros com sons quebrados e envolventes. Também integrante do Coletivo Bruta, a DJ e produtora Armeniatek atua na curadoria do Selo trazendo lançamentos das vertentes da música eletrônica. Sua produção musical é voltada para batidas aceleradas e timbres difusos, com influências do hardgroove.
DJ Bassan é uma multiartista, beatmaker, performer e produtora cultural. Integra o Coletivo House of Mutatis e o Selo Bi Cuda Rec. Ganhou destaque com o lançamento das tracks “ai que gostoso” e “rAvE oVeR”, que reverberam em pick-ups ao redor do mundo. Recentemente, ela gravou uma apresentação para o Boiler Room x Limitrofe Television, que será lançado em Londres, no segundo semestre de 2022.
Confronto Soundsytem, formado por Rassan, Rei Zula e El Roquer, é sinônimo de festa na rua que reúne os mais diversos tipos de pessoas de forma livre e democrática. O trio reverencia toda a tradição da cultura do sound system jamaicano até chegar nas mais diversas misturas com sons eletrônicos.
CXXJU é a idealizadora e residente de projetos como Belzebaile, Beco Elétrico e Haus it. De suas pick-ups, as essências de House, Techno, Electro e Breaks numa viagem energizante com melodias eufóricas. Data Assault, a alcunha pode sugerir algo agressivo, mas apenas aponta para a violência que é o ato criador. Sua pungente obra visual e potente trabalho musical, é o impulso que alimenta a imaginação do DJ brasiliense.
Produtora cultural e curadora de arte contemporânea, Malícia, quando integrante do Coletivo SNM, coproduziu ocupações urbanas e festas como a Crying Club e o SNM Sessions. Tem sua base no techno industrial, hard techno e gabber, e propõe novas experiências na pista.
Drendiela, artista visual e sonora, atua como residente do Coletivo Limbo, da gravadora Tropical Twista Records e faz parte do Selo Coletivo. Sua produção explora novas possibilidades de contato com o som para além do lugar de ouvinte, o que a levou a colaborar com podcasts, tracks e conteúdo audiovisual para os Selos Curuba, Bruta, Function Fm, LIMBO, TTR, e o Festival Novas Frequências.
Duelinho é uma dupla carioca de DJs fundada em 2018 no Fonseca, cidade de Niterói. Crias do Coletivo Bombando Brinque, a dupla ganhou destaque no Soundcloud com sets muito acelerados que misturam trance com funk de uma forma nunca ouvida.
Cofundador do Coletivo brasiliense Espaço Vazio e do Festival Beco Elétrico, EPIA72d, em suas performances, apresenta referências de Música Ambiente, Baile Funk, Electro, Breakbeat e Techno. Como produtor, busca fortalecer e dar maior vitalidade à identidade da Música Eletrônica Candanga.
Produtora cultural e cofundadora do Coletivo Cultural SNM e do Festival Beco Elétrico, FAA apresenta com sua pesquisa musical o lado heterogêneo de uma nova música eletrônica urbana. Giograng, produtora musical e residente do Coletivo
brasiliense Espaço Vazio, reflete, em seus tracks, a paixão por IDM e revela
influências da música eletrônica atmosférica e espacial.
Kaká Guimarães é produtor da bagunça Candanga. Desde 2015 promove a festa Balada em Tempos de Crise. Em 2016 iniciou a ocupação do Conic com o SuB Dulcina, em 2019 com a Birosca, e 2021 com o Chicão. Kaká sorri e bate cabeça, mescla Fela Kuti com Milton Banana, techno e house com carnaval.
Artista visual integrante do Beco Elétrico, Leriss, em 2018, passou a atuar na produção e cenografia de eventos que promovem a ocupação de espaços públicos, além de marcar presença em lines de festas e festivais nacionais como Vapo_r, Trama, VGLNT, Picnik, Lust e Velcro Choque. Como DJ traz sets dinâmicos que flutuam entre Breakbeat, Electro, Techno e House.
Madamy é performer, produtor cultural e DJ residente do Coletivo Limbo no DF. Atua cada vez mais em projetos da música eletrônica underground do DF e produz diversos projetos, entre eles o Festival Beco Elétrico e a Trama Festival. Bixa não binária, tem como foco de trabalho a pesquisa e curadoria em ocupar espaços para garantir a existência, a partir da resistência.
Palma Dulce, sua paixão em sintetizar sons veio ainda muito jovem, futricando pedais de guitarra e construindo noise boxes e, desde então, flerta com a dominação das tecnologias sonoras. Artista residente do Selo Tropical Twista Records e do Coletivo Limbo, já lançou tracks em compilações da Tropical Twista e esteve em release do selo argentino Fertil Discos. Seus live acts exploram gêneros como Slow-House, Keta-Pop, Disco, Ambiente, House e Breakbeat.